Fragmentação do DNA espermático
Evidências recentes indicam que a fragmentação do DNA espermático pode causar infertilidade masculina. A fragmentação do DNA nos espermatozoides pode ser causada por fatores internos, como a apoptose e a produção de radicais livres, ou por fatores externos, como dieta, uso de drogas, febre alta, temperatura testicular elevada, poluição, fumo e idade avançada. Com exceção da idade, a exposição a estes fatores pode ser transitória, podendo haver uma melhora da fragmentação do DNA com o decorrer do tempo.
Altos níveis de fragmentação têm estreita relação com o insucesso gestacional. Testes específicos mostram claramente que espermatozoides morfologicamente normais e móveis podem apresentar níveis altos de fragmentação do DNA. Valores acima de 20% não excluem a possibilidade de fertilização normal, desenvolvimento embrionário e uma gestação a termo, porém está associado com uma redução significante de gestação e aproximadamente o dobro de abortos. Portanto, indivíduos que apresentam o espermograma normal podem ser portadores dessa desordem, e por este motivo o estudo deste fenômeno tem sido incorporado na rotina clínica andrológica como um teste de função espermática.
O indivíduo que possui o teste positivo pode se beneficiar através do tratamento com anti-oxidantes como a vitamina C e E antes de se submeter ao tratamento de reprodução assistida ou também ser submetido a uma biópsia testicular onde se encontram espermatozoides com um menor índice de fragmentação.
Assim, a avaliação da fragmentação do DNA no espermatozoide ganha destaque nas análises pré-tratamento para Reprodução Assistida melhorando os resultados de certas condições como falhas em ciclos de fertilizações prévios, abortos repetidos, varicocele, processos inflamatórios ou infecções do trato genital.
Atualizado em Setembro 2019
Responsável: Dr Sandro Esteves