Comparação entre gradientes coloidais de diferentes volumes para recuperação de espermatozóides. Int Braz J Urol, vol 29, Suppl. Special, pág. 120, September-October 2003.

Comparação entre gradientes coloidais de diferentes Volumes para recuperação de espermatozóides.

Sidney Verza Jr., Maria Fernanda Barbosa, Huei Diana Lee1, Wu Feng

Chung1, Maria Carolina Monard2 e Sandro Esteves.

ANDROFERT- Centro de Referência em Infertilidade Masculina, Campinas, SP.

1. LABJ, Laboratório de Bioinformática, UNJOESTE, Foz do Jguaçu, PR.

2. LABIC, Laboratório de Inteligência Computacional, USP, São Carlos, SP .

Introdução e Objetivos: Nas técnicas de reprodução assistida, sejam elas de baixa complexidade (inseminação intra-uterina) ou de alta complexidade (fertilização in vitro), com ou sem micromanipulação de gametas (ICSI), deve-se realizar o processamento dos espermatozóides no laboratório para separar os gametas mais viáveis, remover toxinas e contaminantes e otimizar o potencial fértil. O objetivo deste estudo foi comparar a eficácia de duas técnicas de processamento de sêmen comumente utilizadas nos programas de reprodução assistida.

Materiais e método: Foram avaliadas 226 amostras de sêmen, divididas em 2 grupos quanto à técnica de processamento utilizada: Grupo) {n=189) – gradiente descontínuo coloidal de duas camadas (1 mllsolate 45% + 1 ml de Isolate 90% -Irvine Scientific, EUA); Grupo II (n= 37) -mini-gradjente descontínuo coloidal de duas camadas (0,5 ml lsolate 45% + 0,5 ml lsolate 90%). Comparou-se a qualidade dos espermatozóides recuperados após o processamento em relação aos seguintes parâmetros: 1) número de espermatozóides exibindo motilidade progressiva, e 2) taxa de recuperação espermática, obtida dividindo-se o número de espermatozóides com motilidade progressiva após o processamento pelo número total de espermatozóides exibindo motilidade progressiva no ejaculado inicial.

Resultados: Os valores medianos da concentração por mL e motilidade progressiva antes do processamento foram, respectivamente, 51 ,9X1 06 e 51 % no grupo ), e 29X1 06 e 47% no grupo )). Os valores medianos do número de espermatozóides com motilidade progressiva recuperados após o processamento foram, respectivamente, 11 ,2X106 e 2, 1X106, nos grupos I e Il (P<0,01 ). As taxas de recuperação espermática após o processamento seminal pelo gradiente descontinuo e mini-gradiente descontinuo foram de 15,5% e 12,0% (P=0,52).

Conclusão: Apesar do número de espermatozóides móveis recuperados pelo mini-gradiente coloidal ter sido significativamente inferior em relação ao gradiente coloidal, tal fato deveu-se à aplicação desta técnica nas amostras de sêmen com concentrações de espermatozóides móveis mais baixas. Entretanto, ambas são igualmente eficazes para recuperar espermatozóides com motilidade progressiva, pois apresentam taxas de recuperação espermática similares.