Taxas de recuperação de espermatozoides na azoospermia não-obstrutiva: relação com a histologia testicular e a etiologia da azoospermia
TAXAS DE RECUPERAÇÃO DE ESPERMATOZOIDES NA AZOOSPERMIA NÃO-OBSTRUTIVA: RELAÇÃO COM A HISTOLOGIA TESTICULAR E A ETIOLOGIA DA AZOOSPERMIA
Sidney Verza Jr. & Sandro C. Esteves
ANDROFERT – Centro de Referência para Reprodução Masculina, Campinas/SP, Brasil
Introdução: Estudo retrospectivo no qual investigamos a importância da histopatologia testicular e etiologia da azoospermia nas taxas de recuperação de espermatozóides (TRE) nos homens com ANO.
Material e Métodos: Foram estudados 176 homens com ANO submetidos a técnicas de recuperação espermática (TESA e micro-TESE) durante um período de seis anos. Destes, 131 indivíduos realizaram biópsia testicular. As TRE foram analisadas de acordo com os padrões histológicos predominantes, sendo eles hipoespermatogênese (HIPO), parada de maturação (PM) e “Sertoli cell only” (SCO), e de acordo com a etiologia da ANO.
Resultados: As TER, de forma geral, foram semelhantes na TESA e na micro-TESE. Quando analisados os subgrupos histológicos, TRE pela TESA (22,8%) foram menores em casos de PM e de SCO, em comparação com micro-TESE (39,2%, p = 0,03). Para o subgrupo HIPO, ambos os métodos resultaram em TRE similares. TRE nos grupos de etiologia da ANO não foram diferentes.
Conclusões: Micro-TESE mostrou melhor desempenho do que a TESA em PM e SCO, onde os focos de espermatogênese foram identificados utilizando o microscópio cirúrgico. Espermatozóide testicular foram obtidos em todas as etiologias da ANO e as TRE parecem ser independentes da sua causa. Resultados da histologia testicular, quando disponível, é uma ferramenta útil para prever as chances de recuperar espermatozóides em homens com ANO.
triP�vro�gias, e sua análise foi realizada de acordo com os critérios da Organização Mundial da Saúde, 1999. Os pacientes foram agrupados de acordo com a duração da exposição à energia eletromagnética, e os parâmetros seminais comparados entre os subgrupos. Co-variáveis como tabagismo, etilismo, doenças pré-existentes e uso de medicamentos foram identificadas e o seu impacto avaliado.
RESULTADOS: Não foram observadas diferenças significativas nos parâmetros seminais dos indivíduos expostos a diversos períodos de exposição à energia eletromagnética. Também não foram observadas associações estatisticamente significantes entre os grupos de tempo de uso diário de celular e a análise seminal na amostra total e dividida segundo presença ou ausência de fatores de risco.
DISCUSSÃO: Há anos as companhias telefônicas de celulares asseguram aos usuários que os telefones celulares são perfeitamente seguros para a saúde. Entretanto, o meio científico se divide quanto a essa segurança. Num estudo realizado com 361 homens divididos em 4 grupos conforme o tempo de uso diário do celular foi encontrado diferença estatisticamente significativa quando compararam a média da concentração, motilidade, vitalidade e morfologia (Agarwal et al., 2008). Os valores dos parâmetros seminais diminuíram em todos os 4 grupos de usuários de telefones celulares conforme o tempo de exposição diária aumentava. Em outro estudo, envolvendo 371 homens, foi avaliado o tempo de uso diário do telefone celular, exposição ao celular no modo “espera” e o tempo de posse do celular (Fejes et al. , 2005). Os autores não encontraram correlação significativa entre o tempo de exposição ao telefone celular no modo “espera” com os parâmetros seminais. Já em relação ao tempo de uso diário, os resultados revelaram uma diminuição significativa nos espermatozóides com motilidade progressiva rápida e um aumento na motilidade progressiva lenta conforme aumentava o tempo de uso diário.
CONCLUSÃO: No presente estudo, não observamos associação entre a exposição à energia eletromagnética emitida pelo celular e alterações nos parâmetros seminais de um grupo específico de indivíduos. Sugere-se que mais estudos sejam realizados para melhor definição dos reais efeitos da energia eletromagnética na fertilidade, e identificação dos indivíduos mais vulneráveis aos seus efeitos supostamente deletérios.